Ano XXI - 22 a 24 de novembro de 2025
BTG: quebra-cabeças na área de energia
André Esteves está diante de montar um grande quebra-cabeças na área de energia, encaixando fontes renováveis e combustíveis fósseis em um único mosaico empresarial sob sua liderança. A primeira peça veio com a entrada do BTG no capital da Cosan, mediante aporte de R$ 4,5 bilhões. Agora, o banco estaria se movimentando para se associar também à Raízen, joint venture entre o próprio Rubens Ometto e a Shell. A instituição financeira já teria manifestado interesse em participar da reestruturação do capital da empresa, que envolveria uma injeção de recursos de até R$ 10 bilhões. O BTC joga com posição duplamente privilegiada: como investidor que pode aliviar a Raízen e acionista indireto da companhia, dada a recém-adquirida participação societária de 23% na Cosan. A Shell vê com bons olhos a entrada do BTG no capital da Raízen. A companhia precisa de um aporte para enfrentar um endividamento de R$ 50 bilhões e a Shell resiste a colocar dinheiro novo.
Quebra-cabeças 2
Nesse desenho, o banco de André Esteves passaria a ter um pé tanto na Cosan quanto na Raizen, com forte poder de influência nas duas companhias. Mais: o quebra-cabeças ganharia grande arquitetura empresarial com sua terceira peça: a Eneva, da qual o BTG é o maior acionista com 48% - contabilizando-se sua participação direta e os papeis em poder da Partners Alpha, fundo que reúne sócios do banco. A eventual coabitação da Cosan, Raizen e Eneva sob a mesma estrutura de mando ,colocaria Esteves em uma posição de centralidade no setor de energia, tamanha a abrangência e capilaridade das três empresas reunidas.
Fim de "todes" 1
É a deputada Erika Kokay (DF), grande aliada da comunidade LGBTQIA+, a autora do projeto que virou a lei que criar a Política Nacional de Linguagem Simples e sepultou a tal linguagem neutra e M veta o uso de "todes", "elu", "amigue" e outros desatinos. O dialeto é fartamente usado por figuras do governo Lula quando se dirigem à lacrolância, como Janja, que inclusive aproveitou a cerimônia de transmissão de cargo de Margareth Menezes (Cultura) para mandar um "boa noite a todos, todas e todes".
Fim de "todes" 2
Eventos de Alexandre Padilha (Saúde), Márcio Macedo (ex-Secretaria-Geral) e Silvio Almeida (Direitos Humanos) também tiveram o disparate - ou tolice. Outro escândalo foi o uso, no Hino Nacional, de "desfiles deste solo" (?) na campanha de Guilherme Boulos (PSol) à prefeitura paulistana e perdeu. É saber ainda o que o governo vai fazer com 404 livros sobre "linguagem neutra" que a gestão Luma, sob inspiração de Janja, comprou com dinheiro do contribuinte nos últimos anos.
Escapada geral 1
Alexandre Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão por integrar a quadrilha que tentou dar golpe de Estado no Brasil. Às vésperas de ir para a cadeia, mandou-se para a Flórida, onde está num condomínio com lago artificial e praia particular. Ele não é o primeiro a voar para os EUA para escapar do alcance da lei. O primeiro foi Eduardo Bolsonaro e pretende ficar por lá, depois de incitar Trump para chantagear o Brasil a favor da impunidade do pai.
Escapada geral 2
Ainda o Dudu Bananinha: ele abandonou o mandato, ficou recebendo sem trabalhar e agora é réu por coação no curso do processo. Na semana passada, foi a El Salvador fazer turismo e conhecer a cadeia de Nayib Bukele. Em julho, Marcos do Val senador, embarcou para a Disneyworld, usando passaporte diplomático, que não entregou a Alexandre de Moraes. E Carla Zambelli, condenada a dez anos de prisão, voou para a Argentina, antes de ser presa, de lá para os EUA e em seguida para a Itália, onde tenta evitar a extradição para o Brasil. Sem contar Bolsonaro, precavido, que ficou meses na Flórida também.
Olho nas pesquisas
Na mesma semana, Lula ganhou apoio extra de participantes da COP30 por ter retornado a Belém e comemorou novo decreto de Trump tirando tarifa de 40% sobre carne, café e outros produtos brasileiros considerando "resultado das boas relações entre os dois governos". Embora ainda não tenha surtido efeito, o retorno de Lula ao grande evento do Pará surpreendeu positivamente observadores da sociedade civil. Stela Harschmann, especialista em Política Climática do Observatório do Clima, analisou: "Nunca vi um presidente voltar para a reta final. E Lula não veio à toa, veio para conseguir fechar os acordos necessários, o que é muito positivo. Foge de um script e é muito bem-vindo".
Folha corrida 1
Segundo analistas de plantão, as peripécias de Daniel Vorcaro, que permanece preso, são acompanhadas pelo menos desde 2021, quando seu banco crescia vendendo títulos que prometiam rendimentos jamais imaginados. Ele é velho conhecido da CVM onde pagou multas de R$ 1,2 milhão e respondeu processos por manipulação de preços dos ativos e operações fraudulentas com títulos imobiliários. Em julho do ano passado, técnicos da Caixa consideraram sobre compra de R$ 500 milhões em títulos de renda fixa a sentença "alto risco de solvência".
Folha corrida 2
Por lei, lembram os analistas, bancos quebrados são passíveis de medidas duras, incluindo intervenção do Banco Central. Nos últimos anos, diretores do Master não estavam muito preocupados com essa possibilidade. O Fundo Garantidor de Créditos enviou mais de 38 alertas do Banco Central sobre os problemas da Master e teve dezenas de reuniões pedindo providências a Campos Neto (era Bolsonaro) e a Gabriel Galípolo (governo Lula). No meio de tudo, Guido Mantega levou Vorcaro, de braço dado supostamente, ao Planalto, para dar um abraço no presidente Lula.
Virou piada
O depoimento na CPMI da advogada Cecília Motta, ex-presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas (Aspen) e da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB) virou até piada. Ela admitiu conhecer parte das pessoas citadas nas investigações da Operação Sem Desconto, ter várias empresas suspeitas de lavagem de dinheiro e garantiu que "os recursos não têm origem ilícita". Depois, ficou desmemoriada: não se lembrava que tinha um Ford Ka de R$ 54 mil em 2020 e não soube explicar como hoje tem dois Mustangs elétricos de R$ 900 mil cada.
"Pauta bomba" 1
A decisão de Lula de indicar Jorge Messias para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo aprofundou o mal-estar entre o Planalto e Davi Alcolumbre, presidente do Senado, que disse que não foi consultado, nem recebeu qualquer telefonema. De imediato, avisou que apresentaria amanhã (25) uma "pauta bomba" ao plenário. Quer colocar em votação o Projeto de Lei Complementar nº 185/2024, de autoria do senador Veneziano Vital do Rego, que regulamenta a aposentadoria especial de Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias.
"Pauta bomba" 2
A proposta garante aposentadoria com salário integral e paridade (reajustes iguais aos da ativa) para agentes que cumprirem requisitos mínimos de idade e tempo de serviço. A justificativa não traz o impacto fiscal, mas uma iniciativa similar, aprovada na Câmara, pode trazer um custo adicional aos cofres públicos em 50 anos de R$ 800 bilhões R$ 270 bilhões para as prefeituras e R$530 bilhões para a União.
"Pagador de propina" 1
O relator da CPMI que investiga o roubo a aposentados, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) revelou que o advogado Gilmar Stelo, alvo de recente operação da PF, era o pagador da propina mensal ao ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto , que está preso, acusado de se beneficiar das falcatruas. Stelo é ligado ao também advogado Mauro Hauschild, ex-presidente do INSS no governo. Dilma Rousseff e ex-auxiliar de Dias Toffoli, na época ministro-chefe da AGU Advocacia Geral da União.
"Pagador de propina" 2
Mais: Alfredo Gaspar ligou Stelo a Stefanutto no depoimento de Cecília Mota, dirigente ou advogada de quatro entidades que roubaram R$ 747,5 milhões dos aposentados. Cecilia viajou dezenas de vezes no mesmo avião e mesmo destino do "Careca do INSS" até para o exterior, mas jurou que não o conhece e nunca viu sua figura. Convidada a depor como testemunha, Cecília é mais uma que ganha habeas corpus do ministro do Supremo Flávio Dino para ficar em silêncio e não se incriminar.
Advogada de Vorcaro
Ainda Daniel Vorcaro: o Banco Master, só com consultorias jurídicas gastou cerca de R$ 250 milhões em 2024. Um dos contratados era o escritório de advocacia Barci de Moraes, no qual atuam a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes(STF) e dois dos filhos do casal. A contratação era para representar o banco judicialmente, mas o Master não divulgou quais os processos nem os valores pagos à advogada. No Supremo, Viviane aparece vinculada pelo menos a 30 processos públicos, mas nenhum deles está relacionado ao Master. Moraes, à propósito, já participou como convidado de honra, de um evento jurídico promovido , pelo banco, em Londres.
A exaltação da humilhada
Nem em seu mais terrível pesadelo o diretor do Miss Universo Tailândia, Nawat Itsaragrisil, poderia imaginar que isso acontecesse, após humilhar na presença de outras concorrentes do concurso a Miss México Fátima Bosch, a chamando de “estúpida”, porque no seu ponto de vista ela não havia publicado conteúdo suficiente da sede deste ano: a Tailândia. No mesmo dia, o presidente do concurso, Raúl Rocha limitou o envolvimento de Nawat durante o concurso. Passados alguns dias eis que na madrugada de sexta-feira (21) a humilhada foi exaltada, sendo consagrada a 74ª Miss Universo, tendo como vice-campeã a representante da Índia, Veena Praveenar, e a venezuelana Stephany Abasaly ficou com a terceira posição. Bosch é graduada em vestuário e design pela Universidade Ibero-Americana e expandiu sua formação na Nuova Accademia di Belle Arti, em Milão, além de ter tido uma experiência no Lyndon Institute, nos Estados Unidos. A edição do Miss Universo de 2026 acontecerá em Porto Rico.

|