“A principal coisa agora para nós petistas é baixar a bola, a arrogância e a prepotência para retomar nosso projeto.”

Humberto Costa, senador (PE), durante reunião com a presidente Dilma.


Ano XI - 23 de maio de 2016

 

Acordo 1
Mesmo com esforço de muitos ligados diretamente ao presidente em exercício Michel Temer para que o deputado André Moura não fosse o líder do governo, tentando convencer Eduardo Cunha que a situação hoje é diferente, prevaleceu a escolha do presidente afastado da Câmara. Depois, chegaram a admitir que havia um acordo anterior entre Temer e Cunha sobre a liderança. Agora, enquanto alarderava que não indicou “nem um alfinete”, emplacou na Casa Civil Felipe Cascaes e Erick Vidigal, no mesmo cargo de subchefes adjuntos da Subchefia para Assuntos Jurídicos na área comandada por Eliseu Padilha.

Acordo 2
Nos bastidores, ainda por conta de indicação de nomes para o governo por Eduardo Cunha, muitos justificam que o presidente Michel Temer pode estar sendo obrigado a ceder espaço ao presidente afastado da Câmara (ele volta nesta segunda a seu gabinete) para conseguir manter a base necessária na Casa para as reformas que deverão ser feitas, em ritmo de urgência. Essa seria a reciprocidade da Câmara ao Planalto, através de Cunha e seus comandados.

Novo par
O ator Pablo Morais, o Cícero da primeira fase de Velho Chico e Anitta estão se conhecendo melhor. Antes, dela a titular do “novo Cauã Reymond” era a atriz Agatha Moreira.

Ficha limpa
Michel Temer convidou Blairo Maggi para a Agricultura com antecedência. No dia seguinte, Rodrigo Janot encaminhou ao Supremo o pedido de arquivamento do inquérito que investigava o senador na Operação Ararath (era de maio de 2014). Dois dias depois, o ministro Dias Toffoli acolheu pedido da PGR e também arquivou a investigação sobre Maggi num suposto esquema de lavagem de dinheiro. E no dia seguinte, o senador deixava o PR e assinava ficha de filiação do PP, participando do sistema de cotas do novo Ministério.

Duas propostas
O grupo de trabalho ainda nem começou a funcionar e as centrais sindicais já têm duas propostas para a realização da reforma da Previdência. A primeira é cobrar contribuição previdenciária do agronegócio; a segunda é legalizar o jogo, só que sem arrecadação exclusiva para Saúde. A Previdencia ficaria com 50% dos recursos.

Dois senhores
A indicação de Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do BNDES, nome aplaudido pelo mercado, foi do ministro Henrique Meirelles. Nesses dias, contudo, ela já está se reunindo com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, ao qual está submetido o BNDES. Mas Maria Silvia sabe que também terá de manter contato regular com Meirelles.

Estrela
O novo programa do PSDB colocou no ar Aécio Neves, José Serra, Antônio Anastasia, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes. Mas o espaço maior ficou por conta de Fernando Henrique Cardoso,a grande estrela do programa – e do partido. FHC mantém Aécio Neves como sua escolha para 2018.

Fim da parceria
Os sul-coreanos da Hyundai, diante de sucessivos escândalos envolvendo o nome de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, da Caoa, responsável pela arrancada da marca no Brasil (tem fábricas e uma rede com mais de 200 concessionárias), estão dispostos a romper a parceria de muitos anos. Oliveira Andrade deverá resistir. Enquanto isso, nos primeiros quatro meses do anos, as verbas da montadora asiática caíram 20% em relação a 2015, enquanto a Caoa levou trombada maior: a queda chegou a 45%.

Quase afastado
Paulo Skaf, da Fiesp, não queria o fim do Ministério do Desenvolvimento (era cotado para o cargo) e acabou vendo a Pasta ressucitar e ir parar nas mãos de Marcos Pereira (PRB). Não queria que Comércio Exterior saísse do ministério e a área foi para Relações Exteriores, nas mãos de José Serra. Agora, está se fastando um pouco de Michel Temer devido a nomes que compõem o novo Ministério. Se sair a CPMF, rompe e coloca seus patos nas ruas.

Manobra
O senador Edison Lobão, ex-ministro de Lula e de Dilma, vai se licenciar. Em seu lugar, assume o primeiro suplente, o filho Lobão Filho. O ex-ministro alega que se sente impedido de julgar o impeachment de Dilma. Por outro lado, o filho, investigado pela Lava Jato e que até pode ser preso, ganhará foro privilegiado.

Projeto Down

UNE sem verbas
Em recente manifestação na Avenida Paulista, militantes do PT e da UNE protestaram contra o impeachment de Dilma, pelo fechamento do Ministério da Cultura e até contra a Igreja Universal. A UNE estava querendo mais mostrar sua força, mesmo com poucos militantes nas ruas: é que, ao lado da UJS (União da Juventude Socialista), as duas entidades estão ameaçadas de terem cortados seus financiamentos. E a UNE nem é tanto chegada ao PT: sua estrutura é formada por gente do PCdoB.

Penúria
Nos últimos 15 anos foram orçados para o Ministério da Cultura R$ 33,9 bilhões, mas apenas 54% foram usados nas iniciativa culturais. O montante representa R$ 18,6 bilhões. A diferença ainda é maior se analisados apenas investimentos da Pasta, ou seja, recursos para obras e compras de equipamentos. No período, foram orçados R$ 6,9 bilhões para essas despesas e utilizados apenas R$ 2,2 bilhões, representando 31,5% do total.

Fernandona em campo
A veteranda Fernanda Montenegro acha que o fim do Ministério da Cultura “foi uma tragédia”. Num intervalo de gravações de Mr.Brau não deixou por menos: “A cultura é a base de um país. Esse Congresso aí, de todos os governos, acha que cultura é bobagem, uma frescura, coisa de viados, de alienados. Agora, esse governo, até quando ele existir, vai pagar um processo violento, e eu estou nesse protesto”.

Recomendação
Thomas Traumann, ex-governo Dilma, almoçou com Henrique Meirelles e disse que tiraria um jornalista da Reuters, amigo seu, para ser assessor de comunicação do ministro da Fazenda. Thomas ainda não ganhou nenhum cargo no governo Temer, mas tem um livre trânsisto com Meirelles e mais alguns.

Contra Renan
À certa altura de seu depoimento na Comissão de Ética da Câmara o deputado afastado Eduardo Cunha resolveu cutucar Renan Calheiros: “É muito estranha a seletividade, a celeridade de alguns fatos, de denúncias contra mim. Uma denúncia contra o presidente do Senado está lá (no Supremo) há três anos não é apreciada pelo pleno”. Renan Calheiros, presidente do Supremo, também está preocupado: acha que, à qualquer momento, a PGR pode lembra de seu nome.

Olho vivo
Wilson Trezza, diretor-geral da Abin, pediu demissão depois que soube que a agência voltaria a ficar subordinada ao Gabinete da Segurança Institucional, chefiado por Sérgio Etchegoyen. O presidente em exercídio Michel Temer pediu que ele ficasse até o fim dos Jogos Olímpicos. Temer sabe, contudo, que em seus oito anos na Abin, Trezza espionou inimigos do PT – inclusive o próprio presidente, quando na vice.

De olho no futuro
A agência de publicidade Nova S/B quer chancelar no Ministério da Transparência seu novo sistema interno de compliance, baseado na lei anti-corrupção. Os fornecedores também deverão se comprometer com as regras. A agência tem, entre outras, as contas do BC, BNDES, Caixa, governo do Rio, Metrô, Sabesp e OAS. Bob Vieira da Costa, sócio da empresa, já trabalhou no bloco de comunicação do governo FHC.

Ainda a herança
A grande surpresa deste início de semana deverá ser a apresentação da herança maldita que o presidente em exercício recebeu do governo Dilma Rousseff: será mostrada por Michel Temer, ao lado de ministros, que exibirão quadros ilustrativos do super-rombo, estimado em R$ 300 bilhões na semana passada, mas que poderão dobrar. O próprio Temer ficou atônito com os primeiros dados que cada setor do governo lhe apresentou.

Mais desemprego
Michel Temer também está mais que preocupado com a velocidade que os níveis de desemprego aumentando: hoje, oficialmente, já são 11 milhões de desempregados na população economicamente ativa. No Nordeste chegou a 12,8% no primeiro trimestre e na Bahia, a taxa alcançou 15,5%, a maior do país. As novas estimativas sinalizam que, no final do primeiro semestre, o volume de desempregados poderá chegar a 12 milhões.

Ex-caras pintadas
O senador Lindbergh Farias, ex-presidente da UNE, vem trabalhando no Congresso para impedir a CPI da entidade. O preponente da CPI, deputado Marco Feliciano, já conseguiu quase 200 assinaturas.

Quem vem
O ator George Clooney deverá vir aos Brasil para os Jogos Olímpicos. Viajará a convite da Nespresso, da qual é garoto-propaganda.


Renata de volta
Ela fez Rei Davi na Record e Na Mira do Crime, na Fox, além de participações em humorísticos. Agora, 13 anos depois, Renata Dominguez volta à Globo, na mesmas Malhação, onde começou em 2001. E já tem papel acertado em Sol Nascente, a próxima novela das 18h na mesma Globo, com estreia em junho. Nesses dias, esbanja seu charme nas páginas da revista Magazine in Rio. Ela começou a trabalhar aos 12 anos como apresentadora de TV no Equador, por força do trabalho de seu pai. “Me fez amadurecer precocemente”.

Edições Anteriores:  

  ;-) Sapatos de camurça.

:-( Sapatos de nobuck.



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